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sexta-feira, 25 de junho de 2010

AUTOR POLEMIZA AO DEFENDER QUE O BIG BANG NÃO FOI O INÍCIO DO UNIVERSO


O cosmólogo Mário Novello lança novo livro e bate de frente com a comunidade científica. Para ele, é preciso superar o modelo segundo o qual o universo teria tido início em uma explosão primordial.

O autor do nosso 'livro da semana' no Bússola, Mário Novello, sabe que a sua ideia é polêmica. Ou, ao menos, gera polêmica. Tanto sabe que deu, em entrevista à Folha de S. Paulo no final de maio, a seguinte declaração: "Se você entrevista cem físicos, 98 dizem que o Big Bang é verdade e dois malucos dizem que não".

Físico e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Mário faz parte desses 2% de cientistas que defendem que o Big Bang não foi o momento inicial do universo. E é exatamente este o assunto-chave do seu novo livro: Do Big Bang ao Universo Eterno.

Em dezembro de 2007, Mário terminou um artigo que, segundo ele, "analisava de modo crítico as diferentes propostas que os cosmólogos produziram, ao longo do século 20 até os nossos dias, envolvendo modelos cosmológicos não singulares, isto é, modelos que se opõem frontalmente ao antigo cenário-padrão chamado Big Bang".

O objetivo do artigo, publicado na revista Physics Report, era combater a ideia do Big Bang como único paradigma possível para explicar o universo. O livro é baseado nesse texto de 2007.

O autor discorre com clareza sobre o que seria o Universo Eterno – assunto pouco explorado e conhecido pelos mais leigos. Além disso, usa as 130 páginas do livro para criticar duramente parte da comunidade científica que, segundo ele, defende um modelo inibidor de "uma história racional completa do universo". Assim, navega contra a corrente e a maioria da comunidade científica, que tem na teoria do Big Bang um alicerce seguro.

Diversas obras foram lançados sobre o tema. A maioria sai em defesa do modelo hegemônico. É o caso, por exemplo, do livro do renomado jornalista de ciência Simon Singh, que lançou em 2004 Big Bang (leia a resenha da CH On-line).
Leitura tranquila

Com linguagem corriqueira (embora apresente algumas fórmulas de difícil compreensão para os leigos) , Mário navega por todos os modelos para explicar o início (ou não) do universo. Até chegar à sua predileta: justamente o Universo Eterno. Um universo que, diferente daquele supostamente criado pelo Big Bang, não teve uma explosão primordial – ao contrário do que diz a maioria dos cientistas, o universo sempre teria existido.

Mário, que na entrevista para a Folha diz ser ele o fundador da cosmologia no Brasil, acrescenta:

"O Big Bang, esse estágio de condensação máxima pelo qual o universo passou, deixou de ser identificado com seu "momento de criação" para se transformar – agora, de modo racional – em nada mais que um momento de passagem na história da evolução do universo. Hoje, ao examinar as propriedades do programa do universo eterno dinâmico e entenderemos o processo físico que permitiu interromper o colapso gravitacional e penetrar na fase atual de expansão, percorrendo os caminhos que antecederam o Big Bang, estamos realizando a função de retirar desse momento o início da história do universo, projetando-a para um passado bem mais longínquo. Isso requer uma mudança nos hábitos de pensar a totalidade maior."

Fonte: Instituto Ciência Hoje

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