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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

FUTEBOL CARIOCA: RIVALIDADE E RACISMO ENTRE TORCIDAS

Exemplo de charge racista

O futebol é um esporte essencialmente cooperativo e competitivo. A competição entre os clubes faz parte da diversão e é natural que ganhe um aspecto de rivalidade e provocação entre os torcedores de clubes rivais, porém, o conteúdo preconceituoso de certas provocações demonstram que as pessoas têm esquecido da parte cooperativa (seja entre os 11 jogadores do mesmo clube em campo ou entre os próprios rivais, que dão sentido à existência do esporte), utilizando suas visões mais atrasadas (por vezes enrustidas) como meios de manifestação de cunho provocativo. No futebol carioca o preconceito está presente principalmente nos ataques a 2 clubes, Flamengo e Fluminense.

O tricolor carioca é vítima de ataques de cunho homofóbico, sendo considerado "time de boiola". O principal motivo para isso está numa tradição racista mantida pelos torcedores do próprio clube, a utilização do pó de arroz (no início do século os clubes eram proibidos de aceitarem jogadores afro-descendentes e o Fluminense obrigava seus jogadores negros e morenos a se disfarçarem com esse tipo de maquiagem). Para combater o racismo (ou apenas insultar) os torcedores das demais torcidas escolheram um caminho tão desprezível quanto aquilo que combatiam.

Já o Flamengo é visto como "time de preto, favelado e analfabeto", por causa do grande número de torcedores do clube entre o povão. Além do conteúdo desprezível dessas manifestações preconceituosas o que mais assusta é o fato de muitos dos que provocam também serem pessoas de baixa-renda, que absorvem um discurso elitista e reproduzem o mesmo de forma totalmente impensada, no melhor estilo "come sardinha e arrota caviar" (como diz um amigo meu).

Mesmo que, por vezes, quem provoque não possua qualquer objetivo preconceituoso, pense estar fazendo apenas uma piada e tal, a pior forma de se sustentar uma idéia repulsiva é dando-lhe uma aparência mais inofensiva, uma forma mais gentil e eficaz de conquistar a sociedade.

Ser tachado como time disso ou daquilo não é problema, o problema é "isso ou aquilo" ser visto como algo inferior. Não há vergonha em ser homossexual, negro ou pobre. Vergonha deveria ter quem sustenta preconceito, mesmo que "de brincadeira".

Diego Grossi, um flamenguista com muito orgulho de ter vindo do povão!

2 comentários:

AF Sturt Silva disse...

Pois é, eu acho isso tudo uma grande palhaçada. Antes de ir 'zuar' o time adversário , primeiro vou torcer para o meu. Mas o problema não é nem a rivalidade e sim , mas quando esta chega ao nivél extremo de fanatismo!

Abraços!

Diego Grossi disse...

Sim, camarada. O auge desse fanatismo está na guerra entre torcidas organizadas.

Abraço

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