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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A MORTE DE KADAFI FOI O AUGE DA "REVOLUÇÃO ÁRABE"?


A morte de Kadafi foi uma vitória do imperialismo e o triunfo reacionário de uma nação sobre a outra não pode ser classificado como uma revolução. Há meses diversos países do Oriente Médio tem sido tomadas por manifestações populares de grande porte, mas que até agora não resultaram em nenhuma alteração considerável na estrutura política e social, com exceção da Líbia, que tende a se tornar mais um "protetorado" estadunidense.

De uma forma geral, essas erupções sociais continham uma série de reivindicações justas, mas faltou uma vanguarda organizada, com visão histórica e capaz de elevar o nível político das massas. O auge das reivindicações políticas de peso foi uma série de adaptações "ocidentalizantes", defesas do modelo burguês de democracia. O primeiro grande triunfo visto foi a queda do ditador Mubarak, do Egito, mas a demora por tranformações políticas profundas e mudanças socio-econômicas, levou o próprio povo de volta às ruas, mas até agora nada de muito diferente foi alcançado.

As chamadas "revoluções árabes", pelo menos até agora, não passaram de modernizações burguesas (ou busca por essas) em Estados ditatoriais e/ou teocráticos, cuja forma de governo é mais adequada a regimes pré-capitalistas do que ao capitalismo "globalizado" (ou melhor, imperialista). Novos setores da burguesia, afastados do poder, repetem a tática das revoluções burguesas clássicas, aproveitando as reivindicações populares para mobilizar as massas e conquistar o poder, excluíndo as mesmas após a queda dos inimigos.

Se a falta de perspectiva revolucionária não fosse suficientemente negativa, as nações imperialistas ainda souberam aproveitar mais a instabilidade política do que a classe trabalhadora desses países. A queda de Kadafi, ex-líder da nação mais desenvolvida da África (1), até agora foi o principal evento de todo o processo.

O fundo do problema árabe é o mesmo dos diversos povos pelo mundo: Não existe revolução sem socialismo neste século XXI, num mundo interligado e submisso aos interesses capitalistas imperialistas. Ilusões quanto à "democracia" continuarão a levar os povos à lutas estéreis (pelo menos para os mesmos, pois setores da burguesia podem sair ganhando). O foco deve ser a socialização da propriedade e o estabelecimento de um Estado dominado pelos trabalhadores.

Mas revoluções socialistas só são possíveis quando existem vanguardas bem preparadas, que sejam capazes de representar não só os interesses imediatos da classe trabalhadora, mas sim seus interesses históricos. Falta isso aos manifestantes árabes, mas a experiência combativa tem muito valor e não deve ser menosprezada. Já se houve falar até e posições do Partido Comunista Egípcio. Isso é um avanço.



Que as massas árabes percam as ilusões quanto ao modelo burguês e tomem para si a tarefa histórica de construção do socialismo!

Viva Kadafi e a resistência líbia!



Notas:

1 - BERTOLINO, Oslvado. Líbia: Toda a verdade. Disponível em: http://www.webgeral.net/outroladodanoticiacombr/inicial/10277-libia-toda-a-verdade.html

"Os programas sociais do Coronel Muammar Gathafi na Líbia são muito maiores do que os aplicados nos países vizinhos.

Infra-estruturas modernas surgiram nos últimos anos que visam atrair investimento e trazer riqueza acrescentada e desenvolvimento sustentável para os cidadãos da Líbia; o programa Gathafi de alfabetização forneceu a educação universal gratuita e desde que ele assumiu o poder em 1969, a expectativa de vida dos cidadãos da Líbia aumentou 20 anos, enquanto a mortalidade infantil diminuiu drasticamente.

Gathafi representa o controle dos recursos da Líbia por líbios e para líbios. Quando ele chegou ao poder dez por cento da população sabia ler e escrever. Hoje, é cerca de 90 por cento a taxa de alfabetização. As mulheres, hoje, têm direitos e podem ir à escola e conseguir um emprego.
A qualidade de vida é de cerca de 100 vezes maior do que existia sob o domínio do rei Idris I."

Diego Grossi

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